Vivemos na era da hiperconectividade, onde, teoricamente, qualquer pessoa ou empresa pode ser encontrada e gerar negócios na internet. É assim que vendem o sonho digital gigantes como Google, LinkedIn, Meta, TikTok e outras plataformas.
Mas a realidade é outra, especialmente para quem empreende de forma independente, para quem gere um pequeno negócio ou presta serviços locais. Existe, sim, uma espécie de "hipocrisia digital" onde se prega inclusão, democratização e oportunidades — mas, na prática, o jogo é completamente assimétrico.
“Crie seu perfil e conecte-se com o mundo.”
“Seja encontrado pelos seus clientes.”
“Anuncie e alcance quem importa.”
Por trás dessas promessas, esconde-se um modelo baseado em pay-to-play (pague para participar) e em priorização algorítmica dos grandes players, sejam empresas ou influenciadores corporativos.
O Google não é um catálogo aberto e democrático. O LinkedIn não é uma feira livre de oportunidades.
Pequenos negócios, microempreendedores e profissionais autônomos são, muitas vezes, reduzidos à invisibilidade digital, não por falta de qualidade, mas porque o jogo está desenhado para favorecer quem já está no topo.
Manter-se visível na internet custa caro. E não falamos apenas de dinheiro, mas também de:
Ferramentas como Google Meu Negócio e os perfis corporativos no LinkedIn são frequentemente apresentados como soluções para qualquer empresa “ser encontrada”. Mas a realidade é que:
O discurso é de inclusão, mas a prática entrega exclusão algorítmica.
Os algoritmos não têm empatia. Eles obedecem métricas e interesses comerciais:
A internet foi vendida como um espaço de oportunidades iguais. Mas, como qualquer espaço social, ela reflete — e muitas vezes amplifica — as desigualdades do mundo real.
A invisibilidade dos pequenos negócios não é um acidente. É uma consequência direta do modelo econômico das plataformas digitais, que prioriza o lucro acima da inclusão.
A solução não virá de dentro das big techs. Ela nasce da organização dos pequenos, do uso estratégico da tecnologia, da produção de conteúdo autêntico e da formação de redes de apoio.
A internet foi vendida como um espaço de oportunidades iguais. Mas, como qualquer espaço social, ela reflete — e muitas vezes amplifica — as desigualdades do mundo real.